segunda-feira, 25 de outubro de 2010
A sina da mulher bonita
Triste a sina da mulher bonita. Desde pequena acostumada a ser sempre o centro de todos os olhares. A ouvir elogios daqui e dali sem receber por isso nem um pouco mais de atenção.
Triste a sina da mulher bonita. Prisioneira da própria beleza, esperando por alguém. Que ela não conhece. Não imagina seus jeitos, seus modos e falar. Algum aventureiro, algum dia vai conseguir se arriscar? A mergulhar no seu olhar e tentar ao menos enxergar nele um pedacinho da sua alma. Há tanto tempo escondida.
Existe risco ao desbravá-la. E conhecer os caminhos que levam à sua alma inexplorada. Quantos sonhos estão ali intocados? Quantas angústias há tanto guardadas?
A mulher bonita é perigosa. Porque pode ser mais uma. Ou pode ser a última.
O que pensa a mulher bonita? Talvez ela só quisesse que alguém sinceramente tentasse descobrir o nela se passa.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Às meninas de olhos profundos.
Sempre gostei de morenas fartas. De tez clara e longas mechas cacheadas. Fartas de vida, cheias de amor pela liberdade que sempre tive preso dentro do peito. Das mais altas às baixinhas, todas elas me encantam. Com o sorriso sempre aberto e o peito saliente, repleto de todo o orgulho e confiança que ali carregam junto ao coração.
Ó morena do sorriso fácil, tua liberdade me aprisiona.
E teus cachos me envolvem de tal maneira que sempre acabo voltando a ti, buscando o calor nos teus olhos profundos. Não me impressionam as loiras tristes, que tanto tempo dispendem em salões e academias ao passo que permanecem vazias na alma. As mulheres moldadas ao consumo masculino parecem sempre esconder algo. Imagino a loira esquálida, no silêncio da sala, a olhar o nada pela janela. A olhar e pensar. Pensar no nada sem estar meditando e a refletir. Mais no espelho que consigo mesmo. Estas escondem dramas que não despertam o interesse dos mais aventureiros, nem mesmo delas próprias quem sabe, nelas é tão profundo o espaço do mistério que não cabe a ninguém mais resgatá-lo.
Vejo as loiras deslumbrantes pelas ruas.
Nelas vejo a falta. Da minha menina de olhos profundos.